terça-feira, 21 de outubro de 2008

Quando a Lua cresce



Por: António Centeio

Não era de uma inteligência por ai além mas minimamente esperto para compreender a razão como outras pessoas conseguiam enxergar com rapidez aquilo que ele não entendia no momento. Mas bem cedo descobriu que se realizasse aquilo que a natureza lhe deu mais tarde ou mais cedo concretizaria o que sempre sonhou.
Sabia encontrar uma perfeição diferente em cada homem que conhecia na busca incessante e em especial nas suas qualidade. Sabia decifrar as mensagens que se escondem nas palavras mesmo que aparentemente possa parecer não existirem. Das poucas pessoas que compreendiam de uma maneira sublime o que as entrelinhas sabem esconder dos menos atentos. Sempre soube que à medida que a lua cresce e aumenta a luz as coisas vão-se modificando para nunca mais nada ser igual. Muitas vezes a vida reserva-nos surpresas extraordinárias. Pensamos ir por um lado e ela, com movimentos imperceptíveis, leva-nos para outro
Às vezes pela sua forma de expressão ou atitudes identificava-se perante os outros demonstrando bem cedo o que queria e o que era preciso para atingir os seus sonhos. Sabia como a sociedade é injusta e hipócrita. «As pessoas são julgadas não pelo que são mas pelo que parecem». Sabia também que as águas voltarão ao seu leito.
Quando concorreu à desocupação de um emprego adequado ao seu perfil no seu horizonte estava uma longa pirâmide mas com um pouco de força de vontade e persistência chegaria ao topo.
Depois de admitido foi vendo como funcionava todo o sistema. Facilmente concluiu afinal não era tão difícil como imaginava. Iniciado o percurso mais depressa do que tinha julgado quando deu por isso já se encontrava na cidade do Mondego onde a nostalgia na hora da despedida tem outro encanto. Não foi fácil. Sempre soube que nada é impossível mas que o difícil leva um pouco mais de tempo. Aos poucos, mesmo depois de habituado às noites de Coimbra conseguiu aquilo que sempre sonhara.
Nunca lhe tinha passado pela cabeça que algo de importante o esperava. As suas aptidões, os conhecimentos adquiridos e as elevadas notas obtidas não passariam despercebidas àqueles que na retaguarda vão vendo os mais ou menos habilidosos para quando tudo acabar sejam os primeiros a serem chamados. Consegui também descobrir que ainda podia ir mais longe porquanto ao desenvolver por motivos de estudo a inteligência e o uso de toda a energia vinda do seu interior acabou por lhes juntar a inteligência – julgada por ele apenas existente nos outros.
Sabido que estas duas vertentes são os sustentáculos necessários para chegarmos onde quisermos hoje é um grande investidor financeiro.
Porque a sorte nunca deixa de proteger os audazes, a vida sorriu-lhe com uma companheira que fez com que tudo se duplicasse na firmeza inequívoca. Talvez aquela «bênção» para quem se esforça acabe mais tarde ou mais cedo de ajudar os merecedores.
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