sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Que as estrelas brilhem
Por: António Centeio

Ela vale pela sua grandeza. Não pela sua beleza exterior nem pela sua altura. Para alguns simplesmente um “mulher sublime” mas para ela “sempre a simplicidade”. Nasceu assim e desta maneira quer morrer. No seu interior reside o encantamento de um ser humano maravilhoso, tanto em inteligência como espiritual.
No seu “intimo” via coisas que não estavam ao alcance de qualquer pessoa. Tinha uma visão aprofundada para ver onde estava algo, que mais tarde ou mais cedo, seria o resultado para ajudar aqueles a quem a sorte entendia não sorrir, já que, daí, obtinha aquilo, que a não existir, ainda mais abandona os carenciados.
Admirava a sua grandeza, porque me dizia, e com razão, que “a riqueza do ser humano não está naquilo que diz fazer mas no que fez”. As suas palavras eram sempre de tolerância e bondade, nunca fechando o seu ‘Tabernáculo’ a quem dela se aproximasse ou precisasse. Era como um âmago, a quem nos sentimos gratos de ser amigo e fazer parte do seu círculo.
Nunca lhe pedi nada, mas deu-me ensinamento e a essência do conceito de amizade para que com estes dois consiga usufruir dos planos que possam um dia ser a razão da minha existência e a realização dos meus sonhos. Nunca as suas palavras foram de desânimo mas de uma alegria permanente, dando no seu calor o significado de uma alma angelical. O calor que irradiava nos locais em que participava fazia com que os presentes ficassem ‘sufocados’ pela grandeza que espalhava em seu redor levando a que todos sentissem por ela a admiração e estima que merecia.
Dizia que a sua fortuna pessoal pouco lhe interessava se não fosse utilizada em proveito de quem precisava. No seu dia-a-dia bafejava com amor e carinho os mais necessitados e todos a chamavam de santa mulher.
Mais tinha mais gostava de dar. Havia uma certa magia nas suas mãos e os seus olhos brilhavam quando sentia nos outros o início de um certo bem-estar. Tive algumas vezes a sensação que a sua alma se transfigurava quando os seus dedos acariciavam a face dos desprotegidos. Estes, numa retribuição de gratidão, sentiam na sua cara aqueles lábios feitos de uma seda angelical que só as pessoas de fé compreendem e sabem dar o respectivo valor.
Mais se aproximava dos pobres mais a sua áurea aumentava como fulminava e contagiava aqueles que a cercavam. Foi ela, que alterou e encontrou os erros do presente para serem rectificados no futuro.
Numa noite, sentiu a dor e o grito de estranhos, clamando pela sua presença. Das suas profundezas saltou para a claridade. Ao nascer do Sol rapidamente arranjou as suas malas e partiu para onde a chamavam. Hoje está no seu “mundo” ajudando aqueles que mais precisam mas preferencialmente apoiando os mais carenciados como as crianças desamparadas que tanto gosto e ama. Ocupa ainda um cargo de alta responsabilidade a nível mundial para com os desprotegidos.
Um dia as estrelas voltarão a brilhar. Que possamos seguir o rumo destas, porque nelas, está o segredo da grandeza do ser humano.

Sem comentários: